Norma Regulamentadora NR34

Modificado em Fri, 30 May 2014 na (o) 03:30 PM

NR 34 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E

REPARAÇÃO NAVAL

 

Publicação D.O.U.

Portaria SIT n.º 200, de 20 de janeiro de 2011 21/01/2011

 

 

SUMÁRIO

34.1 Objetivo e Campo de Aplicação

34.2 Responsabilidades

34.3 Capacitação e Treinamento

34.4 Documentação

34.5 Trabalho a Quente

34.6 Trabalho em Altura

34.7 Trabalho com Exposição a Radiações Ionizantes

34.8 Trabalhos de Jateamento e Hidrojateamento

34.9 Atividades de Pintura

34.10 Movimentação de Cargas

34.11 Montagem e Desmontagem de Andaimes

34.12 Equipamentos Portáteis

34.13 Instalações Elétricas Provisórias

34.14 Testes de Estanqueidade

34.15 Disposições Finais

34.16 Glossário

 

34.1 Objetivo e Campo de Aplicação

 

34.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à

saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval.

 

34.1.2 Consideram-se atividades da indústria da construção e reparação naval todas aquelas desenvolvidas no âmbito

das instalações empregadas para este fim ou nas próprias embarcações e estruturas, tais como navios, barcos, lanchas,

plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras.

 

34.1.3 A observância do estabelecido nesta NR não desobriga os empregadores do cumprimento das disposições

contidas nas demais Normas Regulamentadoras, aprovadas pela Portaria n.º 3.214/78, de 8 de junho de 1978.

 

34.2 Responsabilidades

 

34.2.1 Cabe ao empregador garantir a efetiva implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma,

devendo:

a) designar formalmente um responsável pela implementação desta Norma;

b) garantir a adoção das medidas de proteção definidas nesta Norma antes do início de qualquer trabalho;

c) assegurar que os trabalhos sejam imediatamente interrompidos quando houver mudanças nas condições ambientais

que os tornem potencialmente perigosos à integridade física e psíquica dos trabalhadores;

d) providenciar a realização da Análise Preliminar de Risco - APR e, quando aplicável, a emissão da Permissão de

Trabalho - PT;

e) realizar, antes do início das atividades operacionais, Diálogo Diário de Segurança - DDS, contemplando as

atividades que serão desenvolvidas, o processo de trabalho, os riscos e as medidas de proteção, consignando o tema

tratado em um documento, rubricado pelos participantes e arquivado, juntamente com a lista de presença;

f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas acerca dos riscos da atividade e as medidas de controle que são e

devem ser adotadas;

g) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de proteção estabelecidas nesta

Norma pelas empresas contratadas.

 

34.2.2 O empregador deve proporcionar condições para que os trabalhadores possam colaborar com a implementação

das medidas previstas nesta Norma, bem como interromper imediatamente o trabalho, com informação a seu superior

hierárquico, conforme previsto na alínea “c” do item 34.2.1.

 34.3 Capacitação e Treinamento

 

34.3.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico para sua atividade

em instituição reconhecida pelo sistema oficial de ensino.

 

34.3.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com registro no

competente conselho de classe.

 

34.3.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que receba capacitação sob orientação e responsabilidade de

profissional legalmente habilitado.

 

34.3.4 O empregador deve desenvolver e implantar programa de capacitação, compreendendo treinamento admissional,

periódico e sempre que ocorrer qualquer das seguintes situações:

a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;

b) evento que indique a necessidade de novo treinamento;

c) acidente grave ou fatal.

 

34.3.4.1 O treinamento admissional deve ter carga horária mínima de seis horas, constando de informações sobre:

a) os riscos inerentes à atividade;

b) as condições e meio ambiente de trabalho;

c) os Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC existentes no estabelecimento;

d) o uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual - EPI.

 

34.3.4.2 O treinamento periódico deve ter carga horária mínima de quatro horas e ser realizado anualmente ou quando

do retorno de afastamento ao trabalho por período superior a noventa dias.

 

34.3.5 A capacitação deve ser realizada durante o horário normal de trabalho.

 

34.3.5.1 Ao término da capacitação, deve ser emitido certificado contendo o nome do trabalhador, conteúdo

programático, carga horária, data e local de realização do treinamento e assinatura do responsável técnico.

 

34.3.5.2 O certificado deve ser entregue ao trabalhador e uma cópia deve ser arquivada na empresa.

 

34.3.5.3 A capacitação será consignada no registro do empregado.

 

34.3.6 O trabalhador deve receber o material didático utilizado na capacitação.

 

34.4 Documentação

 

34.4.1 Toda documentação prevista nesta Norma deve permanecer no estabelecimento à disposição à disposição da

Auditoria-Fiscal do Trabalho, dos representantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e dos

representantes das Entidades Sindicais representativas da categoria, sendo arquivada por um período mínimo de cinco

anos.

 

34.4.2 Consiste a Permissão de Trabalho - PT em documento escrito que contém o conjunto de medidas de controle

necessárias para que o trabalho seja desenvolvido de forma segura, além de medidas emergência e resgate, e deve:

a) ser emitida em três vias, para: afixação no local de trabalho, entrega à chefia imediata dos trabalhadores que

realizarão o trabalho, e arquivo de forma a ser facilmente localizada;

b) conter os requisitos mínimos a serem atendidos para a execução dos trabalhos e, quando aplicável, às disposições

estabelecidas na APR;

c) ser assinada pelos integrantes da equipe de trabalho, chefia imediata e profissional de segurança e saúde no trabalho

ou, na inexistência desse, pelo responsável pelo cumprimento desta Norma;

d) ter validade limitada à duração da atividade, não podendo ser superior ao turno de trabalho.

 

34.4.3 A Análise Preliminar de Risco - APR consiste na avaliação inicial dos riscos potenciais suas causas,

conseqüências e medidas de controle, efetuada por equipe técnica multidisciplinar e coordenada por profissional de

segurança e saúde no trabalho ou, na inexistência deste, o responsável pelo cumprimento desta Norma, devendo ser assinada por todos participantes.

 

34.5 Trabalho a Quente

 

34.5.1 Para fins desta Norma, considera-se trabalho a quente as atividades de soldagem, goivagem, esmerilhamento,

corte ou outras que possam gerar fontes de ignição tais como aquecimento, centelha ou chama.

 

34.5.1.1 As medidas de proteção contemplam as de ordem geral e as específicas, aplicáveis, respectivamente, a todas as

atividades inerentes ao trabalho a quente e aos trabalhos em áreas não previamente destinadas a esse fim.

 

Medidas de Ordem Geral

 

34.5.2 Inspeção Preliminar

 

34.5.2.1 Nos locais onde se realizam trabalhos a quente deve ser efetuada inspeção preliminar, de modo a assegurar

que:

a) o local de trabalho e áreas adjacentes estejam limpos, secos e isentos de agentes combustíveis, inflamáveis, tóxicos

e contaminantes;

b) a área somente seja liberada após constatação da ausência de atividades incompatíveis com o trabalho a quente;

c) o trabalho a quente seja executado por trabalhador qualificado.

 

34.5.3 Proteção contra Incêndio

 

34.5.3.1 Cabe aos empregadores tomar as seguintes medidas de proteção contra incêndio nos locais onde se realizam

trabalhos a quente:

a) providenciar a eliminação ou manter sob controle possíveis riscos de incêndios;

b) instalar proteção física adequada contra fogo, respingos, calor, fagulhas ou borras, de modo a evitar o contato com

materiais combustíveis ou inflamáveis, bem como interferir em atividades paralelas ou na circulação de pessoas;

c) manter desimpedido e próximo à área de trabalho sistema de combate a incêndio, especificado conforme tipo e

quantidade de inflamáveis e/ou combustíveis presentes;

d) inspecionar o local e as áreas adjacentes ao término do trabalho, a fim de evitar princípios de incêndio.

 

34.5.4 Controle de fumos e contaminantes

 

34.5.4.1 Para o controle de fumos e contaminantes decorrentes dos trabalhos a quente devem ser implementadas as

seguintes medidas:

a) limpar adequadamente a superfície e remover os produtos de limpeza utilizados, antes de realizar qualquer

operação;

b) providenciar renovação de ar a fim de eliminar gases, vapores e fumos empregados e/ou gerados durante os

trabalhos a quente.

 

34.5.4.2 Sempre que ocorrer mudança nas condições ambientais estabelecidas as atividades devem ser interrompidas,

avaliando-se as condições ambientais e adotando-se as medidas necessárias para adequar a renovação de ar.

 

34.5.4.3 Quando a composição do revestimento da peça ou dos gases liberados no processo de solda/aquecimento não

for conhecida, deve ser utilizado equipamento autônomo de proteção respiratória ou proteção respiratória de adução por

linha de ar comprimido, de acordo com o previsto no Programa de Proteção Respiratória - PPR.

 

34.5.5 Utilização de gases

 

34.5.5.1 Nos trabalhos a quente que utilizem gases devem ser adotadas as seguintes medidas:

a) utilizar somente gases adequados à aplicação, de acordo com as informações do fabricante;

b) seguir as determinações indicadas na Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ;

c) usar reguladores de pressão calibrados e em conformidade com o gás empregado.

 

34.5.5.2 É proibida a instalação de adaptadores entre o cilindro e o regulador de pressão.

 34.5.5.3 No caso de equipamento de oxiacetileno, deve ser utilizado dispositivo contra retrocesso de chama nas

alimentações da mangueira e do maçarico.

 

34.5.5.4 Quanto ao circuito de gás, devem ser observadas:

a) a inspeção antes do início do trabalho, de modo a assegurar a ausência de vazamentos e o seu perfeito estado de

funcionamento;

b) manutenção com a periodicidade estabelecida no procedimento da empresa, conforme especificações técnicas do

fabricante/fornecedor.

 

34.5.5.5 Somente é permitido emendar mangueiras por meio do uso de conector, em conformidade com as

especificações técnicas do fornecedor/fabricante.

 

34.5.5.6 Os cilindros de gás devem ser:

a) mantidos em posição vertical, fixados e distantes de chamas, fontes de centelhamento, calor ou de produtos

inflamáveis;

b) instalados de forma a não se tornar parte de circuito elétrico, mesmo que acidentalmente;

c) transportados na posição vertical, com capacete rosqueado, por meio de equipamentos apropriados, devidamente

fixados, evitando-se colisões;

d) quando inoperantes e/ou vazios, mantidos com as válvulas fechadas e guardados com o protetor de válvulas

(capacete rosqueado).

 

34.5.5.7 É proibida a instalação de cilindros de gases em ambientes confinados.

 

34.5.5.8 Sempre que o serviço for interrompido, devem ser fechadas as válvulas dos cilindros, dos maçaricos e dos

distribuidores de gases.

 

34.5.5.9 Ao término do serviço, as mangueiras de alimentação devem ser desconectadas.

 

34.5.5.10 Os equipamentos inoperantes e as mangueiras de gases devem ser mantidos fora dos espaços confinados.

 

34.5.6 Equipamentos elétricos

 

34.5.6.1 Os equipamentos elétricos e seus acessórios devem ser aterrados a um ponto seguro de aterramento e instalados

de acordo com as instruções do fabricante.

 

34.5.6.2 Devem ser utilizados cabos elétricos de bitola adequada às aplicações previstas, e com a isolação em perfeito

estado.

 

34.5.6.3 Os terminais de saída devem ser mantidos em bom estado, sem partes quebradas ou isolação trincada,

principalmente aquele ligado à peça a ser soldada.

 

34.5.6.4 Deve ser assegurado que as conexões elétricas estejam bem ajustadas, limpas e secas.

 

Medidas Específicas

 

34.5.7 Devem ser empregadas técnicas de APR para:

a) determinar as medidas de controle;

b) definir o raio de abrangência;

c) sinalizar e isolar a área;

d) avaliar a necessidade de vigilância especial contra incêndios (observador) e de sistema de alarme;

e) outras providências, sempre que necessário.



Veja a norma na íntegra no anexo.

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